Acordou com a pele sem viço. As lágrimas derramadas na noite anterior fizeram com que amanhecesse com rastros na face. Relembrou as coisas que disse e o que ouviu. Recordou ainda que não conseguiu se fazer entender e se deu conta de que se mostrar e ser compreendida plenamente era utopia...
Então, parou a pensar no que sentia. A raiva, já se fora. O choro – que levaria suas tristezas e traria o alívio – resolveu não se manifestar. Percebeu que havia um vazio, um grande nada em si. Despertou e fez tudo o que costumava fazer nos dias comuns, mas permanecia letárgica.
O estado de dormência durou todo o dia e fez com que pensasse na morte. Esse pensamento passeava por suas idéias apáticas talvez por causa do García Márquez que lia em sua Crônica de uma morte anunciada. Assim como Santiago Nasar, não queria flores e por conta própria, pensou que seria melhor não haver velório, nem choro, nem velas. Somente uma benção e mais nada, era o que queria quando chegasse a hora da caixa de madeira e do buraco no chão.
Dissipou essas idéias e ocupou-se com o que era necessário fazer. Tarefas mecânicas e mais outra, que deveria retomar depois de algum tempo parada. Riu alto, não de alegria, mas somente por que esperavam que gargalhasse.
Retornou, notou que havia algo errado. Manteve-se inerte para só depois de abrigada em seu pequeno mundo tentar corrigir as coisas. Pena que já era tarde para conversas, sequer conseguiu ser atendida. Sabia que estava errada. E também sabia que não era a única a errar.Seus olhos passaram a vidrar constantemente e resolveu dormir. Quem sabe no sonho acordasse da sua apatia. Queria sonhar com a linda borboleta que vira no dia anterior. Uma borboleta que tinha círculos concêntricos em preto e branco desenhados na parte externa das asas . O interior das asas deste inseto delicado era de um vermelho único: o mais puro que já havia contemplado na natureza. Que viessem também para seus sonhos borboletas amarelas e de todas as cores possíveis. Bons sonhos, e que pelo menos neles, haja alegria.
Então, parou a pensar no que sentia. A raiva, já se fora. O choro – que levaria suas tristezas e traria o alívio – resolveu não se manifestar. Percebeu que havia um vazio, um grande nada em si. Despertou e fez tudo o que costumava fazer nos dias comuns, mas permanecia letárgica.
O estado de dormência durou todo o dia e fez com que pensasse na morte. Esse pensamento passeava por suas idéias apáticas talvez por causa do García Márquez que lia em sua Crônica de uma morte anunciada. Assim como Santiago Nasar, não queria flores e por conta própria, pensou que seria melhor não haver velório, nem choro, nem velas. Somente uma benção e mais nada, era o que queria quando chegasse a hora da caixa de madeira e do buraco no chão.
Dissipou essas idéias e ocupou-se com o que era necessário fazer. Tarefas mecânicas e mais outra, que deveria retomar depois de algum tempo parada. Riu alto, não de alegria, mas somente por que esperavam que gargalhasse.
Retornou, notou que havia algo errado. Manteve-se inerte para só depois de abrigada em seu pequeno mundo tentar corrigir as coisas. Pena que já era tarde para conversas, sequer conseguiu ser atendida. Sabia que estava errada. E também sabia que não era a única a errar.Seus olhos passaram a vidrar constantemente e resolveu dormir. Quem sabe no sonho acordasse da sua apatia. Queria sonhar com a linda borboleta que vira no dia anterior. Uma borboleta que tinha círculos concêntricos em preto e branco desenhados na parte externa das asas . O interior das asas deste inseto delicado era de um vermelho único: o mais puro que já havia contemplado na natureza. Que viessem também para seus sonhos borboletas amarelas e de todas as cores possíveis. Bons sonhos, e que pelo menos neles, haja alegria.
Imagem: Salvador Dali (Porque estou numa fase surrealista... Não sei o nome da tela.).
Um comentário:
Ler esse texto me faz ficar orgulhoso pela beleza da sua construção, ao mesmo tempo que me deixa muito triste pela força das palavras e pelo seu sentido como um todo.
Não conheço García Márquez, menos ainda Santiago Nasar. O romantismo deixa as coisas muito intensas e o que é triste fica mais triste.
Espero que tenhas visto muitas borboletas coloridas no teu sonho.
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