30 agosto, 2007

Manhãs de Sábado



Imagine uma criaturinha fofa e geniosa?
Hummm... imaginei meu irmão, o Rique.
Tento ficar brava quando ele me tira cedo da cama aos sábados, mas é quase impossível.
Ele bate na porta do quarto e me chama: “Shara, Saíta!”. Então ele entra. Se olhar para ele, sai envergonhado. Caso finja estar dormindo, ele diz: “Shhh... a Shara ninindo”. Mas o Bouai não me deixa dormir muito além disso.
Aquela criatura fofa volta e me desperta definitivamente, puxa todos os cobertores e não se contenta enquanto não saio da cama. Carrega-me até a cozinha, coloca a frigideira sobre o fogão e começa a descascar as bananas que pegou na fruteira. Esse é nosso ritual das manhãs de sábado: fritar bananas para comer com pão fresco e café quentinho.
Enquanto acendo o fogo e parto as bananas, o pequeno pega os pratos e xícaras, coloca na mesa e depois pede colo, para olhar como anda o preparo da nossa refeição matinal. Apoiado no meu ilíaco, ele aponta para a frigideira e diz:
_ Tá quenti, faz dodói!
Comemos: ele banana pura, eu, pão com banana. Sorrimos, nos olhamos, conversamos. O melhor dessas manhãs é ouvir as novidades do vocabulário dele.
_ Ba-na-na, Henrique.
_ Na-na-na!
_ Í-vi-na...
_ Í-ni-na.
Ele termina e pede mais. Coloco mais uma metade de banana frita no prato e ele come tudo. Termino também, Rique desce da cadeira, pergunta:
_ Cabô? Vom guarda!
Ele tira os pratos e xícaras da mesa e coloca tudo dentro da pia na ponta dos pés. Depois me chama pra frente da TV e sei que é hora da Xuxa.
_ Vamos dançar Xuxa? – o pequeno diz.
Penso: “Que escolha tenho? Vamos!”
Ligo o DVD e imitamos todas as coreografias, dançamos, pulamos, cantamos até a última música. Mas o Rique quer mais Xuxa Só Para Baixinhos! Dou outro play, pego o Bouai no colo e, desta vez, assistimos tudo novamente, bem quietinhos. Abraço o Rique bem forte, afago o cabelo com cheirinho de bebê e quase não acredito que ele está paradinho, entretido com algo.
Nesses momentos me sinto feliz, por ter um irmão tão fofo, que apesar de dar muito trabalho e de ter uma personalidade “forte”, me faz sorrir muitas vezes. O Henrique é, com certeza, a alegria da casa, a felicidade que enche nossos olhos de lágrimas a cada nova palavra, a “mini-gente” que mais amo nesse mundo.


Um comentário:

Luiz Longo disse...

Oh... O Rique é um fofo mesmo!

hehe

Beijos