22 agosto, 2007

Insignificância


“Reduza-se à sua insignificância.” Essa era a frase que repetia para mim
seguidas vezes há algum tempo. Lembrei dela faz uns três dias, quando
percebi o
quanto tudo que sei é pouco, raso, superficial, aparente e só.
Notei que o visível não revela conteúdo. O que me leva a ter certeza de que sim,
as aparências enganam (mas não por muito tempo). E quem se olha sabe se é vazio
ou não. Ao me observar, me sinto como
Macabéa,
oca. Perdida em idéias de futuro, apenas vislumbrando louros sem nada fazer para
conquistá-los.

É duro se ver vazio, saber que na verdade tudo é desconhecido e chegar à
consciência de que não se é o que demonstra ser. Melhor me encolher e quem sabe
um dia chegue minha hora da estrela.

Imagem: A different flower, by Jorge S. Lincancabur.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo poema Sara!
É as vezes a gente fica assim mesmo...totalmente sem chão e as palavras talvez nos deem algum sustento, algo embaixo dos pés.
Tem uma música do Pato Fu que se chama "A hora da Estrela", talvez você tenha se inspirado nela para fazer o poema. É linda. http://vagalume.uol.com.br/pato-fu/a-hora-da-estrela.html
Este é o link, pra você conferir.
Beijo querida, até.

bezzi. disse...

Gostei bastante, Sarita. Meio desconcertado e fragmentado. Bem interessante mesmo. Me identifico, né? É uma realidade que assola muitos de nós.

Beijão.

Luiz Longo disse...

Às vezes precisamos mesmo nos encolher. Mas não pra sempre!

É preciso ir de encontro com nossos objetivos!