11 maio, 2007

Silêncio




Sinceramente eu preferia não acordar. Não ter que levantar da cama, encarar o chuveiro e sua águia fria, a rua e o frio, o trabalho, o banco, a aula... Preferia não acordar e não ter que pensar. Ter que pensar nas minhas paranóias, nos meus sentimentos egoístas, nas minhas vontades que aos olhos dos outros podem parecer mesquinhas ou são apenas invisíveis, dói.

Dói saber que sou apenas uma entre bilhões, que não sou ativa e útil o suficiente para nada ou para ninguém. Mas ainda o que dói mais é o pensar, o caminhar livre da imaginação, que não para de imaginar e que aos poucos vai me tirando da realidade.

E a imaginação vai apertando o peito, vai criando idéias ruins, enfim, não me sobra alternativa a não ser chorar. Deixar que as lágrimas escorram, mas só quando ninguém está por perto. Porque agora, nem falar eu posso mais. É preciso sufocar dentro de mim minhas angústias, porque falar sobre minhas aflições perturba e incomoda as pessoas.

Vou tentar fingir que nada dói de agora em diante. Tentar adormecer por dentro e aceitar tudo. Talvez a autoanestesia e o silêncio resolvam minhas angústias egoístas.
Imagem: Morano,Itália - M.C.Escher

2 comentários:

Anônimo disse...

Saraaaa, tb me sinto assim algumas vezes =/
caramba, tô com saudades de conversar ctgo
nem no msn entro mais durante o dia, qdo estás
beijos... desculpa a ausência nos comentários por aqui

Anônimo disse...

Dor.....Sofrimento.....Angústia.....Sem estes sentimentos ninguém alcança a felicidade. Não há luz se não houver escuridão. Como saborear uma vitória sem conhecer uma derrota? Pode existir o bom se não existir o ruim?
Não existe o absolutismo, apenas a relatividade.
Nossa percepção da verdade é sempre relativa a um ponto no qual nos fixamos. Sempre adotamos um parâmetro. Estabelecemos metas e objetivos sempre focados em nosso bem-estar. Porém, nosso bem-estar é relativo. Mas relativo a quê? Este é o ponto......relativo a qual parâmetro?
Meu bem-estar é uma imagem, um desejo, um sonho. É a minha percepção de distância ou de proximidade com este bem-estar que me faz viver alguns dias mais triste e outros mais alegre.